quinta-feira, 24 de setembro de 2009

"Eterno Motivo"


Não me vergonho nunca de falar de amor!

Terá vergonha à fonte em murmúrios de festa,

Águas claras rolando dentro da floresta

De embalar a flor?

Terá vergonha o pássaro inquieto,

Sozinho, de um dia cantar mais,

(como todos cantamos_tecer com gravetos).

(De palha o seu ninho na altura dos ramos)?

Terá vergonha à terra de acordar cheirosa

E inteirinha vibrar ao despontar do dia,

Oferecendo ao sol sua boca macia naquela rosa?

Terá vergonha o mar de acariciar a areia

E oferecer-lhe concha ao invés de anéis?

E dizerem-lhe canções,

Em que todo se enleia aos seus pés?

Terá vergonha à noite,

Que de astros se encheu,

Ao por o seu vestimento imensamente

Azul para um baile de luz, de ostentar.

O presente que o tempo lhe deu,

O “pendentif” em cruz do Cruzeiro do Sul?

Porque razão, portanto, _Ele, o predestinado,

Que nasceu para amar com grandeza

E esplendor e trouxe um coração de poeta

Enamorado há de sentir pudor?

Eu, por mim, sou feliz, porque amo,

Não sei se sou amada!

Nem me vergonha nunca de falar de amor!


"Jardim Iluminado"

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