Não me vergonho nunca de falar de amor!
Terá vergonha à fonte em murmúrios de festa,
Águas claras rolando dentro da floresta
De embalar a flor?
Terá vergonha o pássaro inquieto,
Sozinho, de um dia cantar mais,
(como todos cantamos_tecer com gravetos).
(De palha o seu ninho na altura dos ramos)?
Terá vergonha à terra de acordar cheirosa
E inteirinha vibrar ao despontar do dia,
Oferecendo ao sol sua boca macia naquela rosa?
Terá vergonha o mar de acariciar a areia
E oferecer-lhe concha ao invés de anéis?
E dizerem-lhe canções,
Em que todo se enleia aos seus pés?
Terá vergonha à noite,
Que de astros se encheu,
Ao por o seu vestimento imensamente
Azul para um baile de luz, de ostentar.
O presente que o tempo lhe deu,
O “pendentif” em cruz do Cruzeiro do Sul?
Porque razão, portanto, _Ele, o predestinado,
Que nasceu para amar com grandeza
E esplendor e trouxe um coração de poeta
Enamorado há de sentir pudor?
Eu, por mim, sou feliz, porque amo,
Não sei se sou amada!
Nem me vergonha nunca de falar de amor!
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