quinta-feira, 24 de setembro de 2009

"A Balada ao Amor que não veio"


Se acaso penso em ti, me inquieta o pensamento...Por que havias de vir tarde demais?Bem que eu tinha de há muito um cruel pressentimento, _e há sempre um desespero em nós, se um momento desejamos voltar à vida para trás...

Neste instante imagino o que teria sido o meu vago destino desorientado, se antes, eu já te houvesse um dia conhecido, e esse tempo, meu Deus!...E esse tempo perdido pudesse ao teu convívio ter aproveitado!

Não há nada entre nós, nada...E em verdade há a vida que nos chama e nos prende!...E já agora imagino que aqui estás ao meu lado a ouvir-me comovida e me entregas a mão, _e entrego-te vencida a minha alma, _e com ela todo o meu destino!

Não há nada entre nós, _mas se nos encontramos ouvirás de hoje em diante um poema onde tu fores, _trouxemos o destino estranho de dois ramos separados, _que importa?Ainda assim nos juntamos confundindo as ramagens misturando as flores...

E eu nem te vi direito!Um olhar sob um véu, (há qualquer coisa estranha num olhar velado...)_um olhar, _não direi que em teu olhar há um céu, quando sei que afinal há tanta angústia e fel em tudo o que me tens da vida revelado!

Acompanhei-te o vulto um segundo, alguns passos, nada mais e, no entanto, se quiser pensar sou capaz de te ver, (há gestos nos espaços, e guardei a visão dos teus braços, _teu braço guardou-os, como dois clarões dentro do olhar!).

E devem ser macias tuas mãos, _não ouso pensar no que se encerremos seus finos dedos, _pensando em tuas mãos, penso em sombra, em repouso num lugar quieto e bom, e num vento amoroso a soprar entre as folhas murmuras segredos...

Mas...Que saibas perdoar estas coisas que escrevo, pensei-as a escutar distante a tua voz, e há algumas coisas mais, que a dizer não me atrevo, é que escrevo demais, e não posso, e não devo, e não tenho o direito de falar em nós...

"Jardim Iluminado"

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