terça-feira, 29 de setembro de 2009

Egoísmo


Não compreendo que tragas passado, tu devias esperar-me devias adivinhar que eu chegaria em tua vida...

Não devias trazer na beleza tristonha dos teus olhos vultos estranhos, nem nas tuas mãos, inquietas como rastros de carícias que passaram; nem devias trazer nos teus lábios vermelhos essa humildade das flores das flores que já desabrocharam...

Queria que as tuas mãos fossem em branco á espera da minha inspiração; que os teus olhos fossem ingênuos como os das crianças ingênuos como a expressão da terra face; a tua boca; _uma fruta de vez que o pássaro do desejo respeitasse...

Eu queria que a tua alma, numa perpétua festa, fosse irmã daquela fonte muito clara muito límpida, que mora na floresta...

Não compreendo que tragas um passado que te lembres de coisas que não sei, nem que tragas vestígios de outro amor em teu olhar,

_Não te perdôo nunca a mão teres adivinhado que nasceste afinal só para seres minha e que eu havia de te encontrar...

E eu que sou teu presente e serei teu futuro sinto-me paradoxalmente amargurado com este egoísmo pueril...E este ciúme doentio do teu passado...



"Jardim Iluminado"


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